Powered By Blogger

Busca

Sejam benvindos ao Portal da Vovó. Sua opinião é muito importante para nós. Envie suas sugestões ou opinião para o e-mail: biabrasilmulher@hotmail.com

Um novo conceito em ser avó

É... modernas ou não, saradas ou fora de forma, o que elas querem mesmo é bom papo, conselho, carinho e amizade entre avós e netos.
Quando você escuta a palavra avó, qual a primeira imagem que vem à sua cabeça? A figurinha dócil, meiga, de cabelos brancos, sentada no sofá fazendo tricô? Bem, isso faz parte do passado! A nova geração de avós venceu preconceitos, o machismo, ultrapassou barreiras, queimou sutiãs e participou da revolução sexual. Essas mulheres deixaram as tarefas domésticas para trabalharem fora e isso não as impediu de criarem seus filhos. Agora, anos depois de tantas conquistas que mudaram a sociedade, elas se vêem às voltas com uma nova realidade: os netos. Como será que essas jovens senhoras estão vivendo essa nova etapa da vida? Será que elas aceitam as liberdades e o comportamento dos netos com o mesmo desembaraço e naturalidade do passado? O Bolsa de Mulher foi conversar com algumas mulheres para saber como vivem e o que querem essas vovós modernas.
As mulheres que eram jovens nas décadas de 60 e 70 hoje em dia têm pouco mais de 50 ou 60 anos de idade. Mas nem parece. Com o avanço da medicina, elas retardaram o envelhecimento e melhoraram a qualidade de vida. Participam ainda economicamente e socialmente de forma ativa e juntam a experiência de vida com um frescor pouco comum na juventude de hoje. É, o conceito de velhice mudou. "As mulheres de hoje são avós muito diferentes de suas avós. O modelo cultural mudou. Atualmente ela ainda trabalha, não é velha. A noção de velhice também se transformou. Uma senhora de 60 anos não tem a aparência de uma da mesma idade de algumas décadas atrás, ao contrário, é jovial e isso reconfigura tudo. Muitas se dizem encantadas por serem avós, sem medo", comenta a psicóloga de família, Maria Helena Rego Junqueira.
“As avós de hoje são da geração do feminismo. Teriam uma tendência à permissividade, mas pelo amadurecimento, perceberam que liberdade tem limite”
A coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Regina Cunha faz coro.
 "Houve uma ampliação das funções da avó. Hoje ela exerce papel político, econômico e afetivo. Às vezes, a avó ainda contribui financeiramente ou até sustenta a família. É um papel fabuloso. Elas têm uma representatividade muito maior que no passado", vibra Regina.
Entretanto, segundo a educadora, o papel dessas senhoras vai mais além. Para ela, as vovós têm consciência da importância no equilíbrio e no auxílio aos filhos na educação dos netos. "As avós de hoje são da geração do feminismo. Teriam uma tendência à permissividade, mas pelo amadurecimento, perceberam que liberdade tem limite", afirma. Regina explica que essa geração tem a tarefa de tentar trazer moderação na educação dos jovens, auxiliando os pais. "Atualmente as crianças entram na escola muito cedo. As avós devem ficar atentas. Como são experientes, podem avaliar a qualidade da educação que seus netos estão recebendo no colégio", aconselha ela, que também pode curtir os netinhos Camila, de seis anos, Pedro, de três, e Alice, de dois.

Vovós moderninhas
Nada de óculos na ponta do nariz, receita de chazinho e estórias de antigamente. Algumas vovós são pra lá de ativas: Sueli, Márcia, Vera, Consuelo e Flávia não dispensam momentos de lazer, mesmo trabalhando arduamente. Alguns programas que parecem demasiadamente teen para maiores de 40 anos por vezes são normais no cotidiano delas: namoram, freqüentam academia, vão para baladas, bebem e batem papo no barzinho, fazem plástica, lipoaspiração, entre outras cositas más. Mesmo com tantas atividades, não deixam de aproveitar a companhia dos netos.
Para muitas, não existe o tão falado conflito de gerações. "Sou mãe e avó, e estou tentando conviver com meus netos assim como participei da infância dos meus filhos. Hoje me sinto plena, completa. Não me anulo enquanto mulher. Você pode ter a plenitude profissional e familiar", afirma Márcia Pessanha, diretora da faculdade de educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e avó dos bebês Bento e Luísa.
Na opinião dela, as mudanças no mercado de trabalho e o fato de as mulheres atualmente terem uma melhor qualidade de vida fizeram com que as relações delas com a família também mudassem. "O machismo diminuiu e a rejeição no trabalho é menor. Elas dividem os afazeres profissionais e os programas. Quando isso é feito de forma equilibrada é benéfico. Também sou avó e sei que nós temos uma visão diferente do mundo. O pensamento não envelhece. No passado a avó tinha uma posição distante do neto por não terem assuntos em comum", contextualiza Márcia.

Investindo desde cedo
É preciso investir desde cedo na formação das crianças. A professora universitária e pedagoga Sueli Camargo Ferreira tem 54 anos e é avó da pequena Ana Clara, de dois. Ela namora um professor universitário há oito anos. Entre os programas preferidos do casal está curtir um filme no cinema nos finais de semana. "Gosto de cinema e de beber chope e vinho tinto. Sempre que inaugura um novo barzinho, meu namorado e eu vamos conhecer", diz empolgada. Sobre a educação da neta, Sueli conta que incentiva o desenvolvimento intelectual de Ana Clara, mas sabe da importância dos momentos de lazer com a criança. "Primo muito pela educação dela. Sempre a presenteio com brinquedos educativos para desenvolver a criatividade e também livros", derrete-se Sueli.

Mimos
Uma das características da relação entre avós e netos é o fato de ser mais liberal. Ainda que evitem dar bronca, castigar e negar seus pedidos, é fundamental respeitar as gerações mais novas para um convívio harmônico. "Ouço muitos avós dizerem que neto é uma delícia porque logo depois entregam a criança aos pais. Isso é um discurso. Mas acho que não deseducam, pois continuam sendo responsáveis. Eles têm que ter posturas antipáticas quando necessário. Devem exercer um princípio de autoridade porque não é filho, mas é neto", pondera a psicóloga de família, Dra. Maria Helena Rego Junqueira.
Para a pedagoga Márcia Pessanha, aquela velha história de que os avós estragam os netos é pura balela. Ela afirma que eles podem ter influência na vida intelectual das crianças. "Quando os netos chegam, os avós costumam mimá-los demais, mas isso não é regra geral. Eles devem tratá-los bem, porém, sem prejudicar a educação dada pelos pais. Os avós podem exercer influência nos hábitos culturais, religiosos, esportivos e até na escolha da profissão dos netos", sugere Márcia.

Para aproveitar
Responsabilidades à parte, o que elas querem mesmo é aproveitar os netinhos e tudo o que a maturidade (emocional, inclusive) tem a oferecer. Avó de Clara, de 11 anos, a diretora escolar Vera Zimbaro, de 62, se dedica ao trabalho praticamente de forma integral. Por conta disso, os momentos de lazer ficam em segundo plano. Com exceção da neta, que tem sempre a atenção dela nos momentos que precisa. "Infelizmente, não tenho muito tempo para me divertir com a minha neta, mas ela sabe que pode contar comigo sempre. Gostaria de ter mais programas com ela. Cobro boas notas e responsabilidade, porém, sei conversar com a Clara sobre outras coisas. Somos amigas. É uma delícia ser avó!", vibra Vera.
A decoradora Consuelo Ferrer, 51 anos, é avó desde os 42, quando foi surpreendida pela notícia dada pelo filho mais velho: "Quando ele disse que eu iria ser avó meu mundo caiu!", relembra. "No primeiro momento que fiquei sabendo que ia ser avó, fiquei abobalhada, sem acreditar no que havia escutado. Pensei que fosse um pesadelo, mas depois percebi que estava mais acordada do que nunca. Não estava preparada para ser avó. Fui aprendendo aos poucos", reconhece. Ela, que sempre foi à frente do seu tempo, demorou a aceitar que os anos tinham passado. Vaidosa, não gosta de revelar a idade, tampouco que tem dois netos, mas assume a alegria de ter contato com as crianças. Hoje, amo meus netos, mas quando o mais velho deles nasceu, demorei a ter um contato afetivo. Felizmente, isso já está superado", conta Consuelo, que já não se importa de ser chamada de ‘vovó'.
É, mas a avó não deixa a vaidade de lado. Gosta de curtir a vida, está sempre bem arrumada e perfumada. Na sua bolsa nunca falta batom e maquiagem. De manhã costuma fazer caminhadas na orla de Copacabana, no Rio. As aulas de hidroginástica ajudam a aliviar as dores na coluna, único incômodo físico que diz sentir. Segundas e quartas são os dias das aulas de dança de salão. Nas tardes das quintas-feiras, ela marca presença nas sessões de massagem em uma clínica de massoterapia. "É pra manter o físico em forma e equilibrar as energias", explica. É a chamada vovó com tudo em cima!

Garotona
Os netos chegaram e a artista plástica Flávia Amorim, de 49 anos, dá a impressão de ter uma década a menos. No guarda-roupa, apenas calças e blusas modernas, parecidas com os modelos manequim tamanho 40 usados pela única filha, Geórgia, de 23, mãe de Juliano, de 5, e Rodrigo, 2. "Quando me perguntam se me sinto mais velha por ser avó, costumo responder que tudo depende da cabeça da pessoa. A velhice está na mente dos outros. Faço as mesmas coisas de sempre. Tenho 49 anos e uma vida inteira para aproveitar com a minha filha, meus netos e o meu namorado, não posso perder tempo com essas pessoas que insistem em ter preconceito", desabafa. Ela diz isso porque gosta de, algumas vezes, experimentar e usar as roupas da filha. "Temos o corpo parecido, não vejo nada demais nisso. É que muita gente tem inveja, por isso, às vezes, ouço alguns comentários maldosos, mas não ligo", garante Flávia.
As noites em festas e boates também são curtidas em família na maioria das vezes. Boa parte das amigas da Geórgia conhece Flávia. "Minha mãe é uma das mais animadas quando saio com as minhas amigas. Ela tem espontaneidade, alegria, simpatia, inteligência e educação. Nós nos divertimos juntas. Não vejo nenhum problema nisso. As colegas dela às vezes se juntam com as minhas e a festa fica melhor ainda. É uma grande diversão", conta Geórgia.
O namorado de Flávia, Roberto Tavares, economista, 15 anos a menos que ela, é ciumento e costuma acompanhá-la nas saídas durante a noite. Faz bem, pois os olhares masculinos para Flávia são muitos. "É verdade, ela faz sucesso. Mais do que eu que sou mais nova", brinca Geórgia. Nos finais de semana, Flávia pratica natação e malha em casa. É também no sábado e no domingo que aproveita a companhia dos netos. "Sou do tipo de avó que faz as vontades deles. Compro brinquedos, doces e tudo que pedem. Mas na hora de castigar, sou bem mais severa que a minha filha. Sou tolerante, porém, é sempre bom manter um limite", encerra Flávia.

Fonte: http://www.bolsademulher.com/familia/as-novas-vovos-10309.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário